quarta-feira, 21 de outubro de 2015

                              Morte: a tatuagem no cérebro


   Ontem entrei em uma livraria (que eu não deveria entrar) e usei o resto do meu dinheiro (que eu não deveria usar) em uma graphic novel sobre a infância e juventude do Kurt Cobain. O roteiro é do Danilo Deninotti e a arte do Toni Bruno. É automático, quando eu leio "Kurt Cobain" eu saio correndo em direção as letras. E quando eu abri e vi todos aqueles desenhos maravilhosos, não deu outra: o livro foi direto pra uma sacolinha da Livraria Saraiva e depois pra minha casa.
   Eis que que fui surpreendida por algo a mais que as ilustrações. O livro começava com um texto do Davide Toffolo contando detalhadamente onde estava, o que estava fazendo e como se sentiu quando recebeu a notícia da morte de Kurt Cobain. Nesse momento, lembrei de outro livro que li sobre Kurt, "A construção do mito", de Charles R. Cross, que começava também com ele narrando o dia em que descobriu que Kurt havia se matado.
   Achei muito bizarro o fato das mortes ficarem tão marcadas na nossa mente, mesmo a morte de pessoas que a gente não conhece. Quando alguém faz parte da sua vida, seja pessoalmente ou através da arte, e essa pessoa morre, esse dia vira uma tatuagem no seu cérebro. Me lembrei da cena do filme Somos Tão jovens, sobre Retano Russo, onde ele toma um porre e deixa de ir ao próprio show pela morte do John Lennon. Lembrei do meu amigo e companheiro de banda, Mateus, desolado com a morte do Michael Jackson.
   Eu tenho que confessar que a notícia da morte só me abalou uma vez. Eu tinha sete anos e estava no carro com os meus pais, sentada no banco de trás, brincando com um brinde do McLancheFeliz. O rádio estava ligado e o locutor interrompeu a música para anunciar a morte da Cassia Eller. Minha mãe começou a repetir "Não acredito" e a chorar no carro. Na época ela tinha um CD acústico da Cassia Eller e cantava todas as músicas pela casa. Eu adorava seguir ela pela casa, ver ela cantando enquanto arrumava o armário, penteava o cabelo, trabalhava. Eu sabia todas músicas do disco e sempre associei todas a esse momento com a minha mãe. Quando cheguei em casa e olhei o disco, chorei também.
   Muitos ídolos morreram desde então. Alguns morreram quando eu estava começando a conhecer o trabalho deles, como aconteceu com o Cory Monteith, de Glee. Eu estava assistindo a segunda temporada da série ainda quando ele morreu, e só depois, quando fui vendo o que o personagem dele representava e a pessoa que ele era e a voz que tinha, chorei. Chorei noites e noites.
   Gosto de pensar que aquilo que eu senti no dia da morte da Cassia foi uma despedida não só a ela, mas a todos os momentos bons que ela trouxa pra mim. Nunca sai com ela, nunca falei com ela, nunca nem a conheci. Mas ela era a trilha sonora dos momentos com a minha mãe e hoje, quando canto "malandragem" nos shows da minha banda, lembro daquele dia no carro.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Opostos que não se atraem

   Tudo tem seu oposto. Eu, por muito tempo, achei que o oposto do amor fosse o ódio. Aos poucos fui vendo que o amor tem muitos opostos, mas que o pior deles é o medo. Eu queria colocar alguns dados estatísticos aqui, mas perdi a conta de quantos amores eu vi as pessoas perdendo por puro medo.
   O que mais me impressiona nisso tudo, é ver que as pessoas sabem que tem medo. Elas dizem em alto e bom som "Eu tenho medo de ficar com tal pessoa". E são os medos mais idiotas que eu já conheci. Eu costumava ter vergonha por ter medo de palhaços, mas quando fui crescendo e escutando histórias sobre medo de perder uma pessoa, medo de se magoar, medo disso e daquilo, eu prefiro pensar que tenho é sorte por temer apenas palhaços. Afinal, basta não ir ao circo ou inaugurações de lojas.
   Fico pensando como seria se todo o mundo decidisse não estar com outra pessoa por medo. Se os casais não ririam do começo do namoro, quando um dos dois ficou um bom tempo escolhendo a peça intima mais bonita, porque afinal, vai que rola algo mais, né? Se os amigos não reclamassem que agora você está um pouco mais sumido, se não tivesse o chororô de sempre porque aquela outra pessoa não valia mesmo nada, se não tivesse aquele constrangimento familiar na hora das apresentações. O que seria de nós? E o que te faz pensar que pode escolher o que a outra pessoa quer ou não?
   Me deixa realmente triste ver histórias maravilhosas, sejam boas ou ruins, deixando de acontecer por medo. Me deixa triste ver a vida parada. Uma vida onde a única coisa que talvez a gente leve, sejam as lembranças. Se alguém te ama, ame de volta. E se esse amor continuar, mas como um sentimento só, não vai ter palhaço, calcinha furada, família encrenqueira e nem nada que te cause medo.
 


sábado, 1 de agosto de 2015

 

                                          Rabiscos e cores


   Comecei a gostar desses atuais livros de colorir por influência da minha tia, que me deu um de presente. Na época ele ainda era difícil de encontrar e eu, na verdade, estava procurando o "Floresta encantada", mas me apaixonei pelos desenhos do "Floresta mágica". Quando abri o livro e me preparei pra pintar o primeiro desenho, espalhei todos os lápis de cor que eu tinha e fiz o desenho mais colorido que pude, puro reflexo da minha empolgação e pressa.


   O segundo desenho eu pintei na faculdade, feliz com uma caixa novinha de lápis metalizados. E por algum motivo eu estava com o gato de Alice in wonderland na cabeça, aqueles tons de roxo que ele tem em alguns desenhos. E pela primeira vez separei algumas cores pra usar.

   Quando cheguei ao terceiro desenho, que era bem maior, conheci uma pessoa. Perguntei a ela "Qual sua cor favorita?". "Verde", ela respondeu. Então eu separei todos os tons de verde que eu tinha e usei nesse desenho que acabei de terminar. 

   Agora que virei a página e dei de cara com o quarto desenho, pensei logo no show em que estive ontem, do The Maine. Ver a banda em meio aquelas luzes vermelhas e azuis. E não deu outra, separei uma nova paleta de cores com vermelho e azul. 
   Muitas vezes eu escutei pessoas dizendo que esse livro era pra pessoas desocupadas e que elas não tinham paciência pra ficar pintando. Eu, sinceramente, não sei com o que essas pessoas ocupam a vida delas, mas estou feliz por usar o meu tempo tendo um diário de cores. Cada desenho é uma cor e cada cor é uma história. 







domingo, 17 de maio de 2015

   O que você quer fazer agora?



   Uma das coisas que mais me atormentam na vida é pensar que a gente passa a maior parte do nosso tempo fazendo mais coisas que não gosta e que não quer realmente fazer. Meu nível de paciência é muito curto para o "viva um dia de cada vez", por mais que eu saiba que não posso colocar a carroça na frente dos bois e que esses ditados populares são todos terríveis quando se está de saco cheio de só esperar. E se você é um desses, me perdoe por tê-los dito, não pare de ler ainda. Esse texto é um relato de um dos melhores dias da minha vida, que aconteceu a dois anos atrás.
   Em uma dessas manhãs de chuva em que a gente só quer ficar na cama e fazer de conta que não tem aula ou trabalho, eu pensei "E se durante todo o dia de hoje, eu só fizer o que eu quero?". E foi exatamente o que eu fiz. E o mais impressionante é que tudo que eu achava que iria querer fazer num dia como esse, eu não fiz.
   Começando ainda na cama, sentada, com as cobertas nas pernas, me perguntei "O que você quer fazer agora?" e, obviamente, voltei a dormir. Mas vejam só, a ideia de ter um dia inteiro para fazer tudo o que eu quisesse foi tão empolgante, que parecia um desperdício ficar ali. Levantei.
   Sai de casa, e o frio me ajudou a sair de casa vestida do jeito que eu mais gosto e com meu casaco favorito. Peguei um ônibus até o centro de Niterói e fui ouvindo música e filmando algumas coisas ao longo do caminho. Até hoje, quando eu vejo as fotos e vídeos desse dia no meu computador, fico impressionada em como tudo aquilo estava ali o tempo todo e nunca vi.
   Descendo no terminal, andei sem pressa até um café que nunca tinha ido antes e percebi que não fazia ideia do que queria fazer dali pra frente. Eu sabia que do outro lado da baia de Guanabara tinham muitas coisas legais, mas na época eu não sabia chegar até elas e me assustava muito a ideia de ir pro centro do Rio sozinha. Não era um dia pra ficar assustada.
   Andando pela rua achei um sebo que frequento até hoje e sai de lá com dois livros novos. Entrei em lojas de departamento e fiz várias combinações de roupas que nunca voltei pra comprar. Fui até o último andar do que, acho eu, ser o maior prédio de Niterói. Só pra ver a vista da janela mesmo (bem lindo), comprei o segundo café e percebi que aquilo ali parecia um filme. Eu parecia estar em um filme. Um filme. Esse dia foi a primeira vez que fui ao cinema sozinha. Sinceramente não lembro que filme foi, mas foi sem dúvidas uma das melhores coisas que já decidi fazer em toda a vida. Quem me conhece sabe do quanto gosto disso.
   No fim da tarde, saindo da minha sessão, um pouco do sol apareceu no meio do cinza, iluminando a divisa Rio-Niterói e toda a multidão de pessoas que circulam no fim da tarde. Eu não acreditei que o dia já tinha acabado, mas na volta pra casa, vi que tinha sido realmente um dia maravilhoso.
   Esse dia me fez descobrir lugares e criar hábitos que mantenho até hoje. Como se cada vez que eu me perguntava " O que você quer fazer agora?" eu me descobrisse um pouquinho mais. E acho que, talvez, é disso que todos que estão perdidos nesse ciclo diário, tendo que cumprir tarefas que não querem realmente fazer, precise: se descobrir e lembrar que o fato das coisas estarem ruins, não quer dizer que elas são ruins.


quinta-feira, 23 de abril de 2015

  "Não tem mais lugar pra isso"



   Toda vez que eu chego em casa com uma caneca nova, é isso que minha avó diz: Não tem mais lugar pra isso.
    Segundo ela, na minha casa não terão copos ou xícaras comuns para as pessoas, apenas canecas. Se ela soubesse (e acho que sabe) o quanto eu adoro escolher canecas para todos que vem aqui. Elas sentam na mesa, eu abro o armário e fico ali pensando qual combina mais. Também adoro quando fazem isso comigo, ou me deixam escolher qual eu quero. Confesso ficar um pouco decepcionada quando a/o dona/dono da casa abre o armário e pega qualquer uma pra mim.
    Ao longo do tempo fui acumulando canecas em lugares. Hoje tenho uma de toda semana na casa da Carol (amiga, baixista e me abriga nas sextas), tenho uma na casa do Tio Paulo (amigo, produtor e abriga a banda toda nas sextas) e tenho uma na casa do meu pai (amigo, pai e me abriga sempre que eu pedir). Também conheci muita gente ao longo da vida fãs de canecas, presenteei canecas, ganhei canecas e recebo fotos de pessoas com suas canecas. Eis aqui algumas fotos minhas, de amigo e claro, de canecas: 







    A primeira eu amo, uma caneca de "500 days of Summer", da Ariel. A segunda é minha (e assistam aquele filme ali, chama "Apenas o fim", do Mateus Souza, com o Gregório Duvivier), a terceira também é minha, foi um presente da minha mãe. A quarta é o Matheus, a quinta é o Miron e a última é na casa da Carol. No fim, sempre tem lugar pra isso, sim. 

terça-feira, 7 de abril de 2015


                                                 Hipinose


   Eu sou curiosa. Não sei se aprendi com Alice ou se nasci Alice. Se eu visse um coelho falante com um relógio de bolso, também iria atrás. Mas nunca vi. Só vejo pessoas (vivas). Eu vejo as pessoas e as vezes elas me hipnotizam. Alguma vez, caro leitor, já esteve em algum lugar onde viu alguém que brilhava? Alguém que você não conseguia parar de olhar? Alguém diferente, que parecia uma figurinha colada em um cenário? Eu costumo me deparar com essas pessoas vez ou outra. E não sei parar de olhar pra elas, olhar as manias delas.
   Não faço questão de nomes, mas faço muita questão de ideias. Tudo o que eu desejo ali é que aquela pessoa me conte passado, presente e futuro. As vezes acontece, as vezes eu continuo em hipinose, criando meu próprio molde daquela pessoa.  Aqui estão alguns dos últimos casos de hipnose:

A fada brava: Eu estava esperando por uma aula de linguagem de programação na faculdade, no fim de tarde. A sala estava vazia e eu estava pintando o meu livro de colorir (Floresta Encantada). E então chegou essa garota, meio loira, com all star e jeans e disse "Por que você fica ai sozinha?". Pensei em responder que estava ali sozinha porque não tinha ninguém na sala, mas não respondi nada. E ela disse "Senta aqui com a gente". Eu não sabia quem era "a gente", mas sentei. Ela parecia uma fada. Agitada, as vezes ficava imóvel olhando pro meu rosto enquanto eu falava, outras vezes os olhos não paravam de se mexer e ela observava tudo muito rápido. O celular dela estava ruim e os avós não paravam de ligar. Ela estava brava, mas não de verdade. Mesmo que fosse de verdade, não parecia. Porque ela só falava rindo. Logo depois eu descobri que "a gente" era um grupinho daquela turma do qual ela fazia parte e todos que chegavam ouviam um "Essa é a Julia" da fada brava.

O rapaz que fumava não um, como dois cigarros: As típicas festas de quem tem entre 19 e 25 anos. Uma casa vazia, cerveja, uns amigos, cigarros. Cigarros. Havia esse rapaz que eu já conhecia, mas conheci de novo nessa noite. Porque ele já não era o mesmo do colegial e tinha cortado o cabelo. E ele ria e todos riam dele. E todo mundo escutava a mesma música, mas ele usou os fones. E todos preferiam a luz apagada, mas ele acendia do nada, sem avisar, machucando nossos olhos. E no fim da noite, quando todos já estavam jogados na sala e a cerveja já tinha acabado, ele resolveu fumar dois cigarros de uma vez só. Lembrei, automaticamente, de alguma cena de filme onde uma garota loira fumava quatro. E enquanto ele tentava acender os dois cigarros eu só pensada "Por favor, coloque mais dois na boca". Ele não colocou. E nem conseguiu acender ali, porque o último fósforo alguém assoprou (o que me fez rir).

O que sabia enfeitar a bicicleta: Quem já esteve na Universidade Federal de Niterói sabe que diversidade é, definitivamente, algo que se encontra por lá. Então eu estava no campus com uma amiga, esperando outra pessoa, tomando um chá. Estava chovendo, aquela garoa fininha e blin blin, um rapaz de bicicleta. Bicicleta de cestinha. Cestinha enrolada com flores brancas. Era meio ruivo, bermuda, bolsa de couro e pedalava sorrindo. Passou uma vez, passou duas vezes. Eu pensei em convida-lo pra mesa na terceira vez que ele passasse, mas então eu deixaria para a quarta vez. E na quarta vez, eu deixaria para a quinta.

domingo, 5 de abril de 2015

                                      Beleza é geometria



   Foi essa a frase que li em alguma página de “Morte Súbita”, de J. K. Rolling. E assim que li, passei um bom tempo pensando nisso, já que finalmente tinha encontrado a definição perfeita para o que eu já tinha como um conceito próprio, mas que nunca consegui definir de forma simples. Como sempre.

   Não é realmente disso que se trata a beleza? O conjunto das formas, o encaixe de tudo, a geometria? Não tem absolutamente nada a ver com os padrões que em algum momento, alguém disse que era o certo. E alguém disse? Eu fico pensando onde foi que tudo começou. Das pinturas de mulheres mais corpulentas até as absurdamente magras dos anos 20 e até hoje, onde tudo é definido milimetricamente. Quantos gominhos, quantos centímetros aqui e ali e cada grama perdida.
 
   Então, aparentemente, tudo é uma questão de tempo. Do tempo em que vivemos. E eu me pergunto o que aconteceria se tivéssemos nossa mente apagada quanto a isso, se de uma hora pra outra todo mundo tratasse aquele pneuzinho, aquela orelha de dumbo, o nariz de batata, as pernas de graveto e o sapato número 40 como algo normal.
   
   Não digo isso de uma forma como: “Estou pesando 140 kg, vou me aceitar e ser assim”. Acredito que o saudável é o peso ideal, que o se modelar e se vestir ao seu gosto é a moda e que o se pintar e se rabiscar é a melhor arte de todas.

                            Minha relação com o cinema


 
   O ano: 2013. O dia, claro que eu não me lembro, mas me lembro perfeitamente de pensar “Então, esse tempo todo, era você”. E a sétima arte sorriu pra mim como quem diz “Tolinha, como você nunca me notou aqui?”.
 
   Durante toda a minha vida, conheci apenas uma pessoa que diz não gostar de filmes: minha avó. Mantive por um bom tempo o desejo de ter um “sim” como resposta a todos os convites que fiz para um filme na sessão da tarde ou na segunda à noite, depois da novela. O que descobri mais tarde é que teria obtido essa resposta caso algum filme do Chaplin tivesse passado na Rede Globo de Televisão. Minha avó adora o Chaplin. E ama pipoca. Logo, tenho a certeza de que não existe, no mundo, alguém que não goste de filmes.
 
   O cinema mudou muito pra mim desde as fitas VHS da Disney (que ainda tenho) e os filmes da  Rede Globo. Nunca estudei ou fiz curso de cinema. O pouco que eu sei vem das revistas da quinzena, dos blogs e vlogs da internet, das entrevistas com diretores e atores, de longas pesquisas e de uma palestra que assisti na Universidade Federal de Niterói depois de matar uma aula. E é claro que a experiência nessa palestra foi, até o momento, o mais esclarecedor. Ter contato e poder debater a visão de cada cena com pessoas diferentes é definitivamente maravilhoso.
 
   É quase impossível, pra mim, sair da sala do cinema do mesmo jeito que entrei. Costumo pegar as sessões de dias de semana à tarde, geralmente com alguns casais de idosos e adolescentes do colegial. Criei esse habito de ir sozinha e passei a realmente gostar. Não tem nada de esquisito, como já ouvi tantas vezes. Ficar ali observando tudo, quietinha, escutar algumas conversas bobas (O clássico “onde é nosso lugar?” “ué, não sei” e ficam tentando enxergar no escuro) e entrar no filme como se logo depois eu não tivesse que sair correndo até o terminal rodoviário.
 
   Não existe um “Lá fora”. E fico até o fim, até alguns nomes aparecerem, uma ceninha a mais, as letrinhas subirem, a segunda música começar, mais letrinhas e a tela ficar branca enquanto uma música aleatória do cinema começa a tocar (quase sempre Marcelo Camelo) enquanto a moça entra pra limpar.

 
   É claro que eu volto pra casa ainda pensando na história, ouvindo as músicas do filme. E quase sempre é assim, independente de onde eu veja o filme ou de que gênero ele seja. Me sinto influenciada por personagens, repito falas por ai. E logo depois eu descubro que não apenas quero conhecer essas histórias, mas também contar a de tantas pessoas por ai que ainda podem ter suas histórias contadas. Quero contar as histórias delas.